Licença de Temer permite reação política do PMDB às críticas, diz Cunha
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no STF por envolvimento no “petrolão”, acredita que o pedido de licença do vice-presidente da República, Michel Temer, da presidência do PMDB, pode permitir que o partido reaja politicamente às críticas que têm recebido após romper com o governo.
“Ele está no exercício da Vice-Presidência da República, consequentemente, o debate político está sendo feito com agressões ao PMDB por parte do PT, e o PMDB tem que se representar nesse processo e ter sua voz política. Então, achei acertada a decisão dele de se afastar”, comentou Cunha.
Temer tem sido alvo de críticas, principalmente depois que o partido em que estava no comando anunciou rompimento com o governo em uma reunião de menos de cinco minutos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ato em Fortaleza neste final de semana, cobrou responsabilidade do vice-presidente da República, Michel Temer. “Eu perdi muitas eleições. E eu quero que ele [Michel Temer] aprenda sobre as eleições. O Temer é um professor de direito e sabe que o quê estão fazendo é um golpe”, disse Lula na ocasião.
“O PMDB tem que se representar nesse processo e ter sua voz política”
Nesta terça-feira (5), o ministro do STF Marco Aurélio Mello determinou, a pedido de um advogado, que Eduardo Cunha (PMDB) instaure uma comissão especial de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB), nos mesmos moldes da comissão em andamento contra a presidente Dilma Rousseff. Cunha já havia destacado na véspera que iria recorrer da decisão. Para Mello, Cunha não deveria ter arquivado o pedido de um processo de impeachment sem consultar os outros parlamentares.
Com a licença de Temer, o comando do partido ficará a cargo do primeiro-vice presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR). Em discurso no plenário do Senado, Juca afirmou que a medida foi necessária para que Temer se preserve.
“O nosso presidente, o vice-presidente Michel Temer, nos últimos dias foi vítima de uma série de ataques, de uma série de manipulações, sofismas, armações e agressões, e ficava em uma situação difícil porque, ao mesmo tempo em que é vice-presidente da República, com todo o poder institucional que tem, é também presidente do PMDB, e, em tese, teria que descer ao debate, teria que expor posições, e, mais do que isso, teria que fazer enfrentamentos”, argumentou Jucá.
Com Agência Brasil
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