Publicado em: 6 abr 2016

Alvos da Lava Jato abriram offshores ligadas ao dono da Caoa

Carlos Alberto de Oliveira Andrade, proprietário da CAOA, grupo que importa para o Brasil os carros coreanos Hyundai

Os contadores Roberto Trombeta e Rodrigo Morales, que já assinaram acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato, aparecem nos registros da panamenha Mossack Fonseca como dirigentes de offshores ligadas ao empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da rede de concessionárias Caoa e da montadora Hyundai no Brasil. A informação foi noticiada nesta quarta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo. Os documentos vieram à tona com a série Panama Papers, que revelou dados financeiros da Mossack Fonseca, escritório de advocacia especializado em abrir offshores em paraísos fiscais.

Procurados, os dois contadores afirmaram, por meio de seu advogado, que representam as empresas no exterior apenas no papel “por conta e ordem do Grupo Caoa e seu controlador”, para quem prestaram serviços de contabilidade e assessoria tributária por cerca de vinte anos.

No papel de uma das offshores, Trombeta e Morales são citados como presidente e vice-presidente, respectivamente. Nas outras, a diretoria é de funcionários de seu escritório de contabilidade. Ao todo, são quatro offshores abertas pela Mossack em 2010. No acordo de delação premiada na Lava Jato, Trombeta e Morelas se comprometeram a devolver 7 milhões de dólares aos cofres públicos.

É importante destacar que uma offshore não é em si ilegal, desde que as operações financeiras sejam declaradas no Imposto de Renda. No entanto, configura-se como uma estratégia para manter em sigilo a movimentação financeira dessas empresas. Ao nomear como diretores das offshores seus contadores, o dono da Caoa ocultou o seu nome dos registros.

O empresário chegou a ser investigado pela Operações Zelotes, que apura a compra de medidas provisórias que favoreceriam a indústria automobilística. Na ocasião, ele negou todas as irregularidades. Seu nome não foi incluído na denúncia da Zelotes apresentada em novembro do ano passado. O fato de estar ligado a investigados pela Lava Jato não quer dizer que ele também seja alvo da operação que apura um esquema de corrupção na Petrobras.

Em nota enviada à reportagem, a empresa informou que “a Caoa Internacional é uma subsidiária integral da Caoa Montadora, perfeitamente regular perante as autoridades brasileiras, com todo o seu capital declarado e registrado junto ao Banco Central, sendo seu braço para negócios internacionais”. Sobre as demais offshores, a companhia afirmou que elas “não estão em nome da Caoa” e “não tiveram participação em seus negócios”.

Com Veja



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