Publicado em: 28 mar 2016

No clássico sem estrelas, Santos usa padrão; São Paulo joga por uma bola

Não há clássico que resista às ausências de jogadores importantes. Ainda mais se boa parte deles estiver no ataque. Sem o trio Lucas Lima, Ricardo Oliveira e Gabriel, todos na seleção brasileira, o Santos se agarrou ao padrão tático para quase vencer. Faltou pouco. Desfalcado do artilheiro Ganso, suspenso, o São Paulo jogou por uma bola. E a encontrou no fim para buscar o empate na Vila Belmiro.

São Paulo consegue impedir que Renato saia com a bola da defesa do Santos (Foto: GloboEsporte.com)São Paulo consegue impedir que Renato saia com a bola da defesa do Santos (Foto: GloboEsporte.com)

Edgardo Bauza nunca foi dos treinadores mais ofensivos. Ficou famoso na América do Sul por montar sistemas defensivos fortes e obter vitórias com pouco brilho. Bem ou mal, foi assim que venceu duas Libertadores sem ter os melhores times – LDU e San Lorenzo. Com a crise instalada no Morumbi, a precaução do ex-zagueiro argentino com a marcação só aumentou.

A estratégia até funcionou no primeiro tempo. O treinador montou uma linha de quatro jogadores no meio de campo e impediu o Santos de fazer sua principal jogada: a saída de bola com Renato. Centurión pegou Victor Ferraz, Thiago Mendes marcou Caju. Calleri e Daniel colaram no volante e frearam a transição rápida. Rafael Longuine, Léo Cittadini e Vitor Bueno ficaram muito distantes.

Custou, mas o Santos gradativamente conseguiu escapar da marcação tricolor. Dorival forçou a troca de posições entre os meio-campistas para atrapalhar as linhas adversárias. Cittadini ou Longuine recuavam até a intermediária defensiva e arrastavam Hudson e João Schmidt para abrir a defesa.

Paulinho apareceu com um chute perigoso de fora da área. Joel não alcançou um bom cruzamento rasteiro de Caju para a área. O camaronês ainda marcou após chute com desvio no travessão, mas estava em impedimento. Calleri reclamou bastante de jogar praticamente isolado. Queria o time mais avançado, mas não adiantou.

Hudson vacila na marcação, e Léo Cittadini encontra Joel na área para marcar (Foto: GloboEsporte.com)Hudson vacila na marcação, e Léo Cittadini encontra Joel na área para marcar (Foto: GloboEsporte.com)

Bauza sonhou ganhar o jogo e, talvez, cometeu seu maior erro: tirou Centurión (sim, acredite!). Inofensivo no ataque, o argentino fez um primeiro tempo razoável na marcação. Se nada construiu no ataque, ao menos destruiu qualquer tentativa de Victor Ferraz avançar pela direita. Lucas Fernandes entrou pelo meio para tentar segurar mais a bola, e Daniel passou para a esquerda. Foi por lá que o Santos começou a crescer.

Com mais espaço por um dos lados, o Peixe ganhou território, aumentou a movimentação e conseguiu transpor a forte linha de marcação tricolor. Isso fica claro no gol de Joel. Rafael Longuine teve espaço para avançar e tocar. Hudson não acompanhou, e Léo Cittadini apareceu livre para encontrar o camaronês na área. Ele escapou fácil demais de Maicon e fez um belo gol.

O Santos poderia ter ampliado se pelo menos uma de suas estrelas estivesse em campo. O São Paulo sentiu o gol e passou a cometer muitos erros na defesa. Por sorte, Denis fez boas defesas. Joel teve uma chance clara de cabeça no meio dos zagueiros e desperdiçou. Fosse Ricardo Oliveira…

O São Paulo não fez muito para buscar o empate. Bauza arriscou de maneira bem tímida, com Kelvin no lugar de Thiago Mendes. O time melhorou, mas não flui. A troca de passes é arrastada, a movimentação é praticamente nula, o sincronismo inexiste. Não por acaso, o Tricolor tem apenas 14 gols marcados em 12 rodadas no Paulistão.

O empate saiu da única maneira que poderia: em uma bola parada. Alan Kardec, que entrara no lugar de Daniel, aproveitou descuido de Joel na marcação e marcou de cabeça. Ruim para o Santos, que jogou melhor. Satisfatório para um São Paulo em crise.

Com Globo Esporte



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