Confira os erros e acertos de ‘A Regra do Jogo’, que acaba hoje
A novela das nove da Globo A Regra do Jogo termina nesta sexta-feira depois de muita promessa, por ser o primeiro trabalho de João Emanuel Carneiro depois de Avenida Brasil (2012). A trama encabeçada pelo trio Romero (Alexandre Nero), Atena (Giovanna Antonelli) e Tóia (Vanessa Giácomo), porém, mais prometeu do que cumpriu, com furos de roteiro e personagens inverossímeis, mas conseguiu acertar em alguns pontos.
Confira abaixo os erros e acertos do folhetim:
Erro: facção ineficiente
A novela prometia – e seus personagens repetiram à exaustão – que a facção criminosa chefiada pelo Pai (José de Abreu) era o verdadeiro terror do Rio de Janeiro. Mas isso foi mais falado do que visto na trama, que se enrolou e transformou a facção em um grupo de pessoas que mais perseguiam outros membros ou ex-membros do bando do que cometiam crimes pelo Rio. Além disso, a facção foi extremamente ineficiente quando tentou matar seus inimigos. Régis (Oscar Magrini), o simples motorista de Nora (Renata Sorrah), por exemplo, escapou dos criminosos várias vezes – fugindo de ônibus, ainda por cima.
Os erros e acertos de ‘A Regra do Jogo’
Acerto: Atena, a vilã-mocinha
Como a vilã que prometia ser, Atena (Giovanna Antonelli) falhou – chegou-se a cogitar que ela poderia ser a nova Carminha (Adriana Esteves), de Avenida Brasil, mas não foi isso o que aconteceu. No fim, ela se transformou quase em uma mocinha, que faz de tudo para ficar com o amado, Romero (Alexandre Nero). Para isso, porém, ela enganou, roubou e atirou em inimigos, agindo sempre com muito carisma, o que acabou conquistando o público.
Erro: Dante, o pior policial da história
Dante (Marco Pigossi) foi um personagem muito problemático. Policial obcecado em prender Zé Maria (Tony Ramos) e desmantelar a facção, ele perdeu a oportunidade várias vezes de alcançar seus objetivos, falhou em perceber que seu próprio pai, Romero, fazia parte do grupo criminoso e morou por anos na mesma casa do pai da facção sem desconfiar de nada. Em se tratando de novela, sempre tem que existir um personagem que não sabe de nada e vai levando o público junto enquanto faz suas descobertas, mas é difícil de acreditar que um policial pudesse ser tão inocente assim. Lamentável.
Acerto: casal Romena
Esperta, Atena se safou muitas vezes de situações de risco, mas mostrou que não tem inteligência emocional nenhuma ao se manter fiel a Romero, que a desprezou por um bom tempo e chegou a entregá-la para a facção quando o grupo queria matá-la. No fim, ainda bem que ela não desistiu do confuso Romero – se fizesse isso, ela ia privar o público de ver um dos únicos casais decentes, dramaturgicamente falando, da novela. Imoral e criminoso, sim, mas apaixonado e com química, o que, convenhamos, é basicamente o que importa na televisão.
Erro: Chatóia
Foi-se o tempo em que o público torcia pela mocinha em uma novela das nove. Nos últimos anos, o papel romântico da moça sofredora e de bem que só luta para ter um final feliz tem sido mais difícil de defender. Que o diga Vanessa Giácomo, a Tóia de A Regra do Jogo. Menos indefesa e inocente do que a média das protagonistas de novela, a personagem, mesmo assim, não agradou e ganhou até o apelido de Chatóia nas redes sociais.
Acerto: Ascânio
O que seria de A Regra do Jogo sem Ascânio (Tonico Pereira)? O pai de criação de Romero foi um dos melhores personagens da trama, conquistando o público com o bom humor e irreverência de quem estava sempre (sempre mesmo) com uma garrafa de bebida alcoólica na mão. Tonico Pereira deu um show de interpretação, equilibrando a malandragem e a quase decrepitude perfeitamente enquanto estava em cena. As sequências em que ele aparecia com Atena eram ainda melhores, já que Ascânio caiu de amores pela loira e não desistia de tentar conquistá-la.
Erro: tramas paralelas
Os núcleos paralelos de A Regra do Jogo foram um problema do começo ao fim. As histórias não tinham ligação alguma com a história principal, o que não necessariamente é um problema, mas se arrastaram e cativaram muito pouco o público. A trama da família de Feliciano (Marcos Caruso) não saiu do lugar, a de Domingas (Maeve Jinkings) não fazia sentido algum, a de Merlô (Juliano Cazarré) e suas mulheres eram bobas e a de Tina (Monique Alfradique), Rui (Bruno Mazzeo), Indira (Cris Vianna) e Oziel (Fabio Lago) era simplesmente chata demais para se aguentar.
Erro: os mortos esquecidos
Desde que estreou, vários personagens da novela foram mortos pela facção. Foram tantos que João Emanuel Carneiro parece ter se esquecido deles – pouco se falou sobre as mortes e elas quase nunca foram investigadas. O caso de Djanira (Cássia Kis Magro) é o mais preocupante: mãe de Romero e mãe adotiva de Tóia, a personagem tinha um papel muito importante no começo da trama, mas depois de levar um tiro e morrer no dia do casamento da mocinha com Juliano (Cauã Reymond), ela foi lembrada pouquíssimas vezes. Até agora, não se sabe quem disparou os tiros contra a professora – e é possível que esse mistério nunca seja solucionado.
Com Veja
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