Publicado em: 5 mar 2016

Lula fala em show midiático e pirotecnia: “Não devo e não temo”

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que seu depoimento à Polícia Federal teve um aspecto de “show midiático” e não uma apuração séria do Ministério Público. Segundo Lula, ele já chegou a suspender as férias para falar com a Polícia Federal.

“Era só ter mandado me ouvir. Sempre fui prestar esclarecimento porque não devo e não temo”. A rua Silveira Martins, no centro de São Paulo, onde fica o diretório nacional do PT, foi bloqueada devido à grande circulação de pessoas.

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“Vantagens indevidas”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, foi ouvido nesta sexta-feira (4) por cerca de quatro horas pela Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Lula foi alvo de mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva (quando o investigado é obrigado a depor).

Segundo o Ministério Público Federal, Lula e seu instituto receberam R$ 30 milhões, entre 2011 e 2014, de empreiteiras investigadas no esquema de corrupção na Petrobras.

De acordo com a Procuradoria, o ex-presidente e seus familiares receberam “vantagens indevidas” das empreiteiras, entre elas pagamentos de benfeitorias no tríplex no Guarujá (SP) e no sítio em Atibaia (SP). Procuradores dizem acreditar que os imóveis são do ex-presidente, que nega ser o proprietário.

Além de Lula, sua família e pessoas próximas também são alvos da nova fase da Operação Lava. Entre os investigados estão a mulher de Lula, Marisa, os filhos Marcos Cláudio, Fábio Luis e Sandro Luis e a nora Marlene Araújo. Na lista de alvos também estão os empresários Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho (que dizem ser os donos do sítio em Atibaia), assim como Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula. Entre as empresas estão a empreiteira OAS e a Gamecorp –de Fabio Luis.

Cerca de 200 agentes da PF e 30 auditores da Receita Federal cumprem, ao todo, 44 mandados judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia no âmbito da nova fase da Operação Lava Jato.

Em nota o Instituto Lula chama de “violência” a e usa a expressão “nada justifica” em cinco situações para criticar a atitude da força-tarefa.

A força-tarefa negou ligação da operação de hoje e o vazamento de partes do acordo de delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), divulgadas ontem pela revista “IstoÉ”.

O parlamentar teria afirmado, segundo a revista, que Lula mandou comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras. O procurador disse que os vazamentos “dificultam as investigações”.

A deflagração da operação gerou confusão entre manifestantes a favor e contra o ex-presidente tanto em frente à sua residência, em São Bernardo, onde ele se encontrava, como em Congonhas.

 

 

 

UOL




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