Dia Internacional das Mulheres na Engenharia: engenheiras ganham espaço na construção civil

Amanda Cavalcanti

Data é comemorada no dia 23 de junho. Segundo dados no Ministério do Trabalho, quase meio milhão de mulheres ocupam cargos no setor

O Dia Internacional das Mulheres na Engenharia é comemorado neste domingo (23). A data foi criada para celebrar os profissionais e encorajar jovens a seguir a carreira em diferentes áreas da Engenharia.

As mulheres vêm ganhando destaque na construção civil, ainda majoritariamente masculina. Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), em 2021, apenas 19,5% dos profissionais registrados eram mulheres. Embora minoria, o número representa um crescimento de 16% em comparação com o ano anterior.

Um exemplo disso é a Delta Engenharia, uma das 100 maiores construtoras do Brasil, onde mulheres ocupam diversos cargos. Para a CEO da Delta Engenharia, Cida Medeiros, o número de mulheres nos canteiros de obras deve crescer de forma mais consistente nos próximos anos, considerando fatores como o aumento da participação das mulheres nos cursos de engenharia.

Laura Araújo

“Estamos andando na direção da equidade do mercado de trabalho da construção civil. Enxergamos a evolução da última década, mas também temos conosco a responsabilidade dos próximos anos. Temos hoje mulheres em todos os nossos canteiros de obra porque sabemos do seu potencial e competência. A Delta é uma empresa inclusiva, temos isso no nosso DNA e esse é, sem dúvida um dos nossos grandes diferenciais,” analisa a CEO da Delta Engenharia.

A presença feminina em cargos antes ocupados por homens inspira novas gerações de profissionais. Viviane França, estudante de Engenharia Civil, dá os primeiros passos na profissão como estagiária na construtora e já observa mudanças no setor. “Esperava uma empresa predominantemente masculina, mas aqui me deparei com diversas referências femininas nos canteiros de obras,” revela.

Embora a equidade de gêneros no setor ainda esteja distante em números, a presença de mulheres na engenharia já não causa estranheza.

Para a engenheira Mariana Urquiza, da Lema Engenharia, construtora com mais de 10 anos de experiência comandada por duas mulheres, hoje, setores que antes eram predominantemente masculinos, já foram ocupados por mulheres que têm seu trabalho reconhecido. “A Lema Engenharia está há 10 anos no mercado da construção civil em Joao Pessoa e, desde o início, é formada exclusivamente por mulheres em cargos de liderança e gerenciais. Acredito que esse mercado, como muitos outros, estão cada dia mais diverso, com mais oportunidades para as mulheres, seja em cargos gerenciais ou operacionais”, destaca Mariana.

Com sete anos de experiência na área de construção civil e três anos de atuação na construtora MRV, Amanda Cavalcanti ressalta positivamente o seu ambiente de trabalho.

Mariana Urquiza e Leilane Aguiar da Lema Engenharia

“Desde que eu entrei na MRV a equipe aceita muito bem o fato de eu ser mulher, me respeita bastante, me ajuda e me ensina, vejo que não tem esse tabu na equipe em que eu atuo, tanto na área de campo quanto no administrativo. Tenho aprendido bastante aqui, toda a teoria que eu estudo na faculdade eu consigo ver em prática diariamente aqui”, destaca a auxiliar de engenharia.

Para a engenheira Laura Araújo, a profissão tem diversos desafios, mas cada projeto deserta um propósito que gera impacto positivo na vida das pessoas. “Escolhi engenharia civil porque sempre quis construir algo tangível e duradouro, algo que realmente impactasse positivamente a vida das pessoas ao meu redor. É uma profissão desafiadora que me permite aplicar conhecimentos técnicos para resolver problemas complexos e criar infraestruturas essenciais para a sociedade. Considero-me uma profissional determinada e focada em resultados. Ao longo da minha jornada, enfrentei e superei diversos desafios, cada um deles contribuindo para o meu crescimento e aprendizado contínuo. Aqui na Alliance me encontrei mais ainda na profissão, onde encontro um novo propósito em cada projeto que desenvolvo”, conclui Laura Gabriela, engenheira civil da construtora Alliance.

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