Denúncia do vereador João Sufoco apontando que prefeitura passou de 48 para quase 700 veículos locados desencadeou operação do Gaeco em Alhandra

As denúncias do vereador João Sufoco desencadeou a operação deflagrada nesta quarta-feira (26) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na cidade de Alhandra. O parlamentar, que vinha denunciando fraudes em licitações e desvios de recursos públicos na Prefeitura de Alhandra, enfrentou perseguição política e retaliações, sendo cassado duas vezes em sessões das quais não participou, em uma estratégia do presidente da Câmara para tentar silenciá-lo. Mesmo assim, João formalizou suas denúncias diretamente no Ministério Público da Paraíba, culminando na operação que hoje tenta desarticular um esquema de corrupção.

João Sufoco destacou um aumento exorbitante no número de veículos locados pela prefeitura, que passou de 48 para 696 em um ano, configurando um desvio de verba pública que pode ultrapassar cinco milhões de reais. “Na dispensa de licitação que eles fraudaram, pagaram mensalmente R$ 148 mil. Isso durou seis meses. Depois, fizeram um pregão presencial fraudado, aumentando de 48 para 248 veículos, e posteriormente para 696. O Gaeco e a Polícia Civil estão investigando esse desvio de verba pública que, acredito, chega a mais de cinco milhões de reais”, declarou o vereador.

As investigações revelaram que a fraude envolvia a empresa Vidimar Transportes LTDA, vencedora das licitações fraudulentas. “No termo de declaração que o delegado me ouviu, expliquei que em janeiro de 2021 contrataram 48 veículos via dispensa de licitação. Em julho de 2021, realizaram um pregão presencial que aumentou para 248 veículos, e em janeiro de 2022, outro pregão presencial elevou esse número para 696 veículos”, detalhou Sufoco.

A Operação Rastreio, que contou com quase 100 agentes de segurança e apoio do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, foi deflagrada às 4h da madrugada desta quarta-feira.

Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão durante a operação que também teve como alvos os municípios de Riachão do Poço e Salgado de São Félix. Em Alhandra, as buscas ocorreram na residência do prefeito, situada na Avenida Ministro João Agripino, próxima à sede da prefeitura.

A ação conjunta do Gaeco e da Polícia Civil, com o apoio do Ministério Público e do Tribunal de Contas, busca pôr fim a um complexo esquema de corrupção e fraude à licitação que vinha lesando os cofres públicos de Alhandra e das outras duas cidades investigadas.

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